ENTRE ESCANDINAVOS E ESLAVOS

Vou quebrar a sequência de post de viagens porque alguns amigos me perguntaram por que eu não escrevo sobre séries de TV, já que sempre tenho uma sugestão.
Não tenho paciência para seguir novelas, mas não me incomodo de seguir por três meses por ano, alguma série de TV dos Estados Unidos ou da Europa.

Ultimamente, todos falam de “La Casa de Papel” (La Casa de Papel, 2017-2018), que é uma série espanhola. Talvez por isso, andam me perguntando se eu conheço alguma série europeia para recomendar.
Conheço várias.

Séries europeias no Brasil são quase impossíveis de assistir se você  não possui Netflix, MAIS Globosat e agora, Amazon Prime Video. Por isso, decidi dar um overview em algumas séries para quem quer conhecer um pouco do que é produzido no velho continente.
Não se incomodem com a “longevidade” da série: ao contário das séries americanas, as produções europeias tendem a ter um intervalo mais longo entre temporadas, não significa que cada uma tenha quatro mil anos de existência!


DA TERRA DOS VIKINGS
Os nórdicos são experts em livros policiais e as séries não devem nada aos mesmos. Baseadas em livros ou não, algumas que até ganharam a versão americana.

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Joel Kinnaman como Holder e Mireille Enos como Sarah Linden na versão americana de “The Killing”.

“The Killing” (Forbrydelsen, 2007-2012) conta a história de Sara Lund, uma investigadora da polícia dinamarquesa que prestes a se casar e mudar para a Suécia, tem em suas mãos o caso de uma adolescente morta e a trama envolve um pouco de tudo: preconceito, política, ciúmes.
Apesar da original ser ótima, confesso que a versão americana de “The Killing” (The Killing, 2011-2014) foi melhor em vários aspectos. Principalmente pelo  Joel Kinnaman 😍😂. Mas a Mireille Enos está maravilhosa no papel de Sarah Linden e a química entre os dois atores me lembrou um pouco de The X-Files.
Acontece que os gringos deram uma caprichada na trama para não repetirem o original e ficou bem mais bacana.
As duas estão na Netflix.

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Sonya Cross (Diane Kruger) X Saga Noren (Sofia Helin)

“A Ponte” (Bron/Broen, 2011-2016) já é outra história. É uma produção sueco-dinamarquesa – ou dino-sueca?  😊
Um corpo é encontrado na ponte Örensund – que liga Copenhagen na Dinamarca, a Malmö na Suécia. Melhor dizendo, um meio corpo é encontrado em cada lado da fronteira, e assim, as polícias dos dois países devem trabalhar juntas para resolver o caso. Aliás, foi por causa dessa série que eu quis conhecer Malmö!
A atriz que faz a investigadora autista Saga Noren, Sofia Helin, é ímpar.
Você só encontra essa versão no MAIS Globosat.
A série é tão boa, mas tão boa, que ganhou várias versões.
Nos EUA, fizeram “The Bridge” (The Bridge, 2013-2014), com o corpo dividido entre EUA e México.
Nesse caso, eu preferi a original. Amo a Diane Kruger, mas a Sonya Cross é uma versão muito sutil daquele bicho-do-mato da Saga Noren. Os roteiristas deixaram a série mais fiel a original, ao contrário de “The Killing”. Talvez por isso, eu não tenha me empolgado tanto. Essa versão tem na Netflix.
Além dessas, ainda há “The Tunnel”, a versão que se passa na fronteira entre Reino Unido e França no Eurotunnel e “MoCT”, que se passa na fronteira entre Rússia e Estônia. Mas não consegui ver nenhuma das duas ainda.

“Borderliner” (Grenseland, 2017-)é sobre um policial norueguês que tem que resolver um crime em sua cidade natal enquanto está de licença, após denunciar um colega. A trama é tradicional, mas o fato do policial gay ser tratado sem estereótipos ficou bem bacana.
Nobel” (Nobel, 2016-) é sobre um soldado norueguês que volta da guerra e tem que lidar com uma conspiração.

Quer saber como é passar as 24 horas do dia no escuro? Assista “Trapped” (Ófærð, 2015-), da Netflix. A história se passa numa cidadezinha islandesa – sim, na Islândia – onde anos depois de um incêndio criminoso, um novo crime acontece e a história dá reviravoltas.
O protagonista é um policial provinciano, daqueles marrentos, interpretado por um americano de origem islandesa, Ólafur Darri Ólafsson, e o ambiente torna a história mais sufocante ainda. Juntos, dão um ar meio Fargo à história.

Por último a produção inglesa que se passa na Suécia, baseada nos livros de um dos meus escritores favoritos, Henning Mankell: “Wallander” (Wallander, 2008-2016). É sobre um investigador de uma cidade do sul da Suécia. O papel de Wallander é feito pelo britânico Kenneth Branagh, mas isso não compromete a série; aliás, ele consegue ser bem parecido com o personagem dos livros, na minha opinião.
Há uma versão sueca, mas nunca consegui ver.

Para escrever o post, eu resolvi assistir mais algumas e descobri “Fallet” (Fallet, 2017-), que é um meio termo entre policial e comédia. A história é protagonizada por um policial inglês e uma policial sueca, os dois “destacados” para resolver um caso numa cidadezinha sueca por que como agentes da lei, eles dão vergonha à seguranças de museu 😂.
A série usa e abusa do humor autodepreciativo que tanto os britânicos quanto os nórdicos têm, mas acho que ainda não acertaram o tom.
Atenção para a perita forense finlandesa, sempre com uma “frase motivacional” pronta. Divertidíssima.

Além dessa, há pelo menos duas comédias que merecem uma visita.
Eu recomendo “Norsemen” (Vikingane, 2016-), uma comédia que traz 90% do elenco norueguês de outra produção da Netflix, “Lilyhammer” (Lilyhammer, 2012-2014). Digamos que Monty Phyton encontra “Vikings” (Vikings, 2013-) e o resto vocês já podem imaginar.
“Rita” (Rita, 2012-) é uma comédia dramática, sobre uma professora dinamarquesa que faz tudo por seus alunos; uma mulher na faixa dos quarenta anos bem resolvida no lado profissional da vida, mas uma bagunça no lado pessoal.
Pais podem ter inveja de como funciona o sistema de educação dinamarquês.


… E DAS TERRAS DO LESTE.

Já que são mais raras de se encontrar do que outras produções, vale destacar duas séries oriundas do Leste Europeu.

“O Jornal” (Novine, 2016-) é uma produção croata, disponível na Netflix. Trata de conspiração e corrupção do governo, mas confesso que é até ingênua se comparada ao que acontece no Brasil.
Gostei da série mais pela curiosidade, para ver os costumes culturais, até porque traz atores croatas e sérvios, que bem sabemos, passaram por uma guerra há menos de 30 anos.
A série tem uma matriarca até legal – não é uma Odete Roitman de “Vale Tudo” ou uma Gemma Teller-Morrow de “Sons of Anarchy” – e duas outras personagens femininas fortes, ainda que precisem de “mais molho”. Por outro lado, achei meio bizarras as cenas de “sedução”, ou vai saber, lá as coisas são assim mesmo.
As vezes as tomadas de câmera parecem de novela…

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O elenco de Undercover.

“Undercover” (Pod Prikritie, 2005-) é  a história de um policial infiltrado na máfia búlgara, por sua vez comandada por um ex-policial. Esse infiltrado responde a um oficial que é um ex-melhor amigo do mafioso.
Talvez ela tenha mais estereótipos, mas há uma virada tão cruel na terceira temporada que vale a pena. Não sei onde assistir agora – quando assisti, passava no AXN. Há alguns meses, estava disponível no Crackle, mas não sei se ainda está. Foi uma das primeiras séries não-gringas que eu assisti e virei fã.
UPDATE: a série está disponível até a quinta temporada no Amazon Prime Video!

E então? Prontos para uma mudança de ares?

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TALLINN, a surpresa.

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Uma das torres da Muralha

Pegando carona no fato de ter crescido no auge da Guerra Fria, Leste Europeu sempre esteve nos meus planos. Que fique claro que era pelo “mistério” por trás da antiga “Cortina de Ferro” e não por razões políticas. Para deixar claro, os países bálticos Estônia, Letônia e Lituânia não são mais classificados como Leste Europeu e sim como Europa Setentrional, o que os coloca na mesma categoria dos nórdicos. Essa mudança se deu. Tallinn é a capital da Estônia, país que está “bem no meio do caminho” entre o continente e o mar Báltico. Não é surpresa que tenha estado sob domínio de outros países a maior parte de sua existência.

Alone Traveller Friendly?
Sim, mas já é um pouco mais zoneado que os nórdicos e eu não me senti muito segura. Eu não usei transporte público porque dá para fazer tudo andando.

A minha impressão.

. A cidade.
A princípio, pensei em ficar no máximo dois dias em Tallinn, mas mudei de ideia assim que desci da balsa. Por quê? Porque sou apaixonada por história, principalmente Idade Média e ao ver as torres que fazem parte da Muralha do Castelo na Cidade Velha, eu já me encantei. Assim como Praga, na República Tcheca, há a Cidade Velha, chamada de Vannalinn e a parte nova. A parte nova da cidade está sendo reconstruída aos poucos. Dessa forma, construções do período medieval e resquícios do período soviético fazem companhia a novos edifícios de design moderno. Aliás, eu achei o design estoniano muito descolado. O trânsito é mais maluco do que nos países que eu já havia visitado, as ruas não são tão limpas, mas a cidade é linda mesmo assim. IMG_3260
. Os Estonianos.
Historicamente, os laços entre os estonianos e os nórdicos, principalmente finlandeses, é muito mais forte do que com os russos que dominaram o país por mais de 70 anos, mas é inegável a marca que estes deixaram. Apesar de que o inglês agora é obrigatório nas escolas, grande parte da população ainda tem o russo como segunda língua. Eles também são mais “folgados”; mais de uma vez me irritei com garçonete que fica de paquera e “esquece” que há outros clientes até tomar uma esculhambada do gerente.
. O idioma.
Assim como o Finlandês, o Estoniano é de origem fino-húngara. Eles dizem que o idioma é parecido, mas até agora tento entender a semelhança entre o estoniano tere hommikust com o finlandês hyvää huomenta para bom dia. Ou com obrigado, que é aitäh em estoniano e kiitos em finlandês, mas eles se entendem mesmo assim.
. Clima.
Cheguei a pegar temperaturas acima dos trinta graus. Chuvas podem ir e voltar no mesmo dia, mas nada no estilo Estocolmo-São Paulo.
. Segurança.
Confesso que não me senti tão segura quanto nos países anteriores, mas mesmo assim, longe de andar com o alerta acionado como em São Paulo. Pode até ter sido por alguma ideia pré-formada minha. Mesmo assim, Tallinn terá um post a mais, assim como fiz com Estocolmo, porque passei por algumas situações digamos, inusitadas.

Como eu cheguei.

Resolvi mudar o tópico de Como Chegar para Como Eu Cheguei, porque nem todos estarão na mesma situação que eu. Preferi tomar o navio de Helsinki para Tallinn, com a Viking Line, mas há duas outras empresas que oferecem os serviços e a travessia dura apenas duas horas. O navio tem bar, restaurante e casino. Eu fiquei meio irritada com o atendimento de bordo, por assim dizer. Eu precisava de informações, mas o balcão estava fechado e a tripulação não dava muita bola. Tanto o embarque em Helsinki quanto o desembarque em Tallinn, são uma muvuca só. Mas me lembrei que o embarque da balsa de Gamla Stan para o Gröna Lund em Estocolmo, foi pior ainda – o que me deixou até meio surpresa na Suécia – e desencanei.

Onde ficar.
Hospedagem na Estônia é barata. Eu fiquei no Park Inn Central Tallinn, que fica “bem no meio” do caminho entre os centros velho e novo. Mas há várias opções, inclusive um hostel que fica em Rotermann City, que é uma área em plena revitalização, cheia de lojas, bares e restaurantes, escritórios e apartamentos me lembrou um pouco de Aker Brygge, em Oslo.

O que ver e fazer.
Eu vou citar aqui o que eu achei tempo desperdiçado e no próximo post, conto o que eu mais curti. A torre de TV, a Tallinna Teletorn. Ela lembra a torre da Deutsche Telecom, mas venta pra caramba e a vista nem é tão impressionante quanto a vista da Catedral de St. Olaf. Sem falar que fica no meio do nada. Eu fui com o ônibus Hop On/Hop Off e se você perder o próximo, só sairá de lá duas horas depois. Tem restaurante e exposições, mas não acho que valha o investimento. O bom de ir para a Estônia é que dá praia – só que não! Eu fiquei mais do que planejava porque me encantei com a cidade, mas como é destino turístico de baladeiros, resolvi ir para a praia um dia; afinal, fazia uns 31°. Vi vários velhinhos boiando então, achei que a água estaria numa temperatura normal. Fiquei uns 40 segundos com água até os joelhos, perdi a sensibilidade nos pés e esta foi minha experiência de praia no mar Báltico.

Onde gastar.
A moeda é o EURO, e de todos os países que visitei no último ano, é o mais barato para comer e se hospedar. Mas de resto, não achei muita diferença da Espanha, por exemplo. A Estônia é para os nórdicos meio que o “puxadinho”. O pessoal costuma fazer cruzeiros de fim de semana para fazer compras, principalmente de bebidas. Lembra que eu mencionei o “preço Finlândia”? Foi na Estônia que eu reparei as etiquetas.

Comer é preciso.
A Estônia foi de longe, o pior cardápio da viagem. Que não me levem a mal os estonianos, mas por mais que eu adore batata e abóbora, não dá para sobreviver. Apesar de estar na costa do Báltico, os próprios estonianos não nos encorajam a comer peixe. Eu nem me lembro bem do prato típico da Estônia, porque eu descobri um restaurante com produtos orgânicos e me virei com ele – comida bem gostosa, bom preço, o lugar é lindo e fica longe dos turistas.
Em tempo: vi que alguns restaurantes servem urso… não consigo me imagina comendo um urso.

Para finalizar…
Quero voltar sim!
Imagine aquela pausa na viagem numa cidade você pode passear por ruelas históricas lindas, e ainda assim se deparar com uma loja de design com coisas lindas. E melhor: BARATO. Além disso, para quem gosta de romance, a Muralha é o cenário perfeito.

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HELSINKI, a conchinha.

Grande Prêmio de Helsinki de Fórmula Um, eu via o anúncio na TV todos os anos. Como sempre gostei de geografia, procurei no meu antigo globo terrestre onde ficava. Era bem ali, entre a Suécia e a U.R.S.S. – sim, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, porque eu cresci no ápice da Guerra Fria. Isso era o máximo que eu sabia sobre a Finlândia até a Nokia surgir com os celulares. A Finlândia é um país nórdico, mas não é escandinavo, pois não está na península. Parece que o Papai Noel mora no norte do país, numa região chamada Lapônia… 🙂

Alone Traveller Friendly? Sim.
Mas o transporte público, apesar de bom, me deixou confusa. Talvez porque eu não esteja acostumada ao idioma.

A minha impressão.
. A cidade.

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Marina na área de Eira.

De todos os lugares que eu visitei, Helsinki foi a cidade que mais me lembrou cidades do interior. Não que não tenha edifícios modernos, mas acho que a parte histórica e seus monumentos são menores comparados aos outros países e isso deixa a cidade mais acolhedora.
Uma coisa que me chamou a atenção foi a quantidade de moscas – por mais limpa que a cidade seja – não sei se pela proximidade do Mar Báltico. Por incrível que pareça, as moscas parecem incomodar os finlandeses menos que as gaivotas. Eles são taxativos quanto a alimentar estas aves. No mercado aberto de Kauppatori, há placas avisando que as gaivotas roubam comida das mãos das pessoas. Eu não vi nenhuma gaivota-ladra, mas na Finlândia, faça como os finlandeses.
. Os Finlandeses.
Dizem que os finlandeses não fazem amigos facilmente, mas não se incomodam em

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Berries no mercado de Kauppatori

dividir a sauna com um estranho nu. Eu não fui a nenhuma sauna, mas isso deve ser verdade. Achei eles mais fechados que seus vizinhos escandinavos; também são bem “tecnológicos”.
Mesmo assim,  o fluxo de estrangeiros é bem maior do que eu esperava, ainda mais por ser um país bem no “meio do caminho” entre Suécia e Rússia. Uma coisa que eu relevei no início, mas depois fiz igual: ninguém segura a porta para o próximo entrar. Não acho que seja falta de educação, está mais para “eu abri, abra você também”, mas se você costuma entrar no vácuo, cuidado para não levar uma portada na cara.
. O idioma.
Finlandês é muito diferente dos outros idiomas nórdicos; é de origem fino-húngara, ao contrário dos outros, que têm origem anglo-germânica. Eu nunca vi um idioma tão cheio de As, Us e Ks na minha vida. O Inglês é a segunda língua, e a maioria ainda fala Sueco, Russo, Sami.
Hyvää huomenta para bom dia se for de manhã e hyvää päivää do meio-dia até umas três da tarde – o hyvää se pronuncia como um assovio então, melhor usar um simples hei. Obrigado é kiitos, parece nome de salgadinho. No supermercado eu também sofri, pois os rótulos são em finlandês, russo, sami ou estoniano. Achei que fosse me virar com algum “conhecimento” de escandinavo, mas não foi bem assim.
. Clima.
O sol é “frio”, esquenta lá pelo meio-dia, mas apesar de estar na costa do Mar Báltico, eu achei bem menos úmido que Estocolmo. Considere um verão onde você pode desfilar com uma jaqueta de couro sem passar calor. 😀
. Segurança.
Segurança e tranquilidade sim, sempre se lembrando de que turista é alvo fácil. Restaurantes e lojas fecham cedo, mas há baladas que varam a noite para quem quiser. Achei também que há polícia pra caramba nas ruas, em comparação com Oslo e Estocolmo.

Onde ficar.
Eu fiquei num Best Western Carlton próximo ao Atheneum e a estação de trem, tarifa bem razoável para Finlândia. Não sei se ela ainda trabalha lá, mas a recepcionista do hotel morou no Brasil e fala português com sotaque de paulista do interior.
O café-da-manhã, ou aamiainen é bem razoável, de frutas a pães e cereais, além de opções quentes. Mas já aviso que o café é horroroso.

O SIM Card.

Descobri que aquele chip que comprei na Suécia não funcionava em Helsinki. Perguntei onde poderia comprar um SIM Card para mais de uma pessoa e a maioria me respondeu que não era muito comum. Joguei no Foursquare um convenience store e descobri uma tal de R-Kioski, que é a versão finlandesa do 7-Eleven.
Lá eu comprei um cartão só para internet da Ohjopal, um finlandês extremamente eficiente que funcionava em todos os países nórdicos e bálticos, mais alguns da Europa ocidental e bem simples para fazer o top up. Para cinco dias, ele custava EUR 9.90.
Eu digo CUSTAVA e FUNCIONAVA porque descobri ao escrever o post que o site da Ohjopal deixou de funcionar dia 31 de dezembro de 2017. 😦
Como eu não falo finlandês e a tradução do Google não ajuda, não tenho a menor ideia se apenas o site saiu do ar ou se a Elisa, dona da empresa que era dona da Ohjopal assumiu as operaçoes.

O que ver e fazer.
Eu diria que três dias são suficientes para conhecer a cidade e um deles ainda seria para passar o dia na ilha de Suomenlinna. O free-walking tour pelo centro eu achei rápida, mas eficiente; cobre a Praça do Senado, Palácio Presidencial, o mercado aberto. Eu comprei um Helsinki Card, mas não sei se valeu a pena. Acho que deveria ter feito tudo a pé e ficado no Hop On/Hop Off, que eu já incluía os city-tour de ônibus e barco por EUR 35. A vantagem do ônibus é que ele leva a “partes distantes” da cidade, como o estádio Olímpico – que estava em reforma – o porto onde estão ancorados os icebreakers e a Ópera. Muitos museus, mas eu preferi tomar sol no parque e ficar pelos bares e restaurantes da orla no fim do dia. Não perca tempo na roda gigante; a volta deve ter uns dez minutos e não me impressionou.

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Ruínas da fortaleza de Suomellina

A ilha de Suomenlinnaé onde fica a fortaleza e  pessoal vai para fazer pic-nic. Há museus, as ruínas da Fortaleza – que são de tirar o fôlego – e o Lelumuseo , o museu do Brinquedo – que eu achei meio assustador.

Onde gastar.
A moeda é o EURO, e o custo de vida é elevado, bem mais que na Suécia.  Há muitos finlandeses que moram na Estônia e fazem commute para trabalhar em Helsinki, então… Fui “informada” de que eles não esperam gorjeta. Eu deixava mesmo assim...
O Design District Helsinki, em Punavuori tem de objetos de decoração a roupas, é uma espécie de shopping center com várias coisas descoladas. Claro que há lojinhas armadilhas de turistas, mas é só fugir do miolo da região. O que desanima é o preço, mas se você gostar muito de alguma coisa, compre e se vire para carregar depois.
As joias e bijoux de prata são de enlouquecer. O preço pode não ser muito atraente, mas é tudo bem descolado. Há lojas e há as bancas na feira de Kauppatori. Reparei que as etiquetas de uma certa loja de roupas trazem um “preço Finlândia” – em média, um Euro mais caro – e um preço Estônia, por exemplo. Atenção: o Tax Refund é diferente de todos os países pelos quais eu já passei. Se você o solicitar – mínimo de 40 euros – a mercadoria será lacrada e você só poderá abri-la após sair do país. Honestamente, acho que só vale para quando você pega um voo intercontinental, porque na balsa de Helsinki para Tallin, ninguém verificou minhas compras. Mas não custa avisar.

Comer é preciso.
Os restaurantes não são baratos e para variar, me empanturrei de salmão e camarão, mas descobri que eles adoram um self-service ou restaurante por quilo.
O Robert´s Coffee é praticamente uma “instituição” finlandesa, o equivalente do Starbucks. e oferece um self-service a EUR 12,90 com bastante salmão, sopa e sobremesa.

Para finalizar…
Como eu disse, finlandeses são bem na deles. No verão, há o sol-da-meia-noite, mas no inverno, o mar congela e eles têm umas três horas de luz do dia, quando muito. Pretendo voltar para visitar a Lapônia um dia…

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Fazendo do limão uma limonada em ESTOCOLMO.

Viagem sem perrengue não é viagem.
Claro que você quer que tudo seja perfeito, mas se for perfeito demais, não há histórias para contar.
Em Oslo, foi quando cochilei e resolvi sair para comer “muito tarde”. Isso nem chega a ser um problema, é mais uma consequência da empolgação da viagem.
Mas Estocolmo rendeu umas histórias.

Cadê o mapa?
Segui as instruções do Apoio ao Turista do Aeroporto, tomei o trem Arlanda Express e em seguida o Tunnelbana, ou metrô para descer em Södra, estação na região sul de Estocolmo. De lá, eu supostamente teria 15 minutos a pé até o hotel.
Beleza, só que eu esqueci o mapa de papel no balcão.
E daí?
Daí que o Citymapper não funciona em Estocolmo. E o Google Maps não estabilizava.
Recorri ao Uber, que coincidentemente também não achava o hotel…

O “Hospitel”.
Como sempre, fui atrás de promoções no Booking.com e substituí minha reserva anterior por um hotel mais barato com boa avaliação quando recebi alerta. Havia uma ressalva, mas meus neurônios absorveram apenas uma parte dela, tamanha a ânsia de viajar.
Depois de uns cinco minutos rodando no mesmo lugar, o Uber me deixou no que ele achava que fosse a entrada do hotel.
Achei estranho quando me deparei com uma sala de espera com cara de hospital.

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Södermalm, próximo ao Årstaviken Hotell.

Perguntei para uma pessoa que também iria tomar o elevador se ali era o Årstaviken Hotell.
O hotel fica no quarto andar e o recepcionista foi super simpático, mas estranhei quando me perguntou por quantas noites queria pagar, já que eu tinha reserva fechada.
Quando entrei no quarto, reparei que o piso era aquele linóleo cinza, típico de… hospitais.
Até comentei com amigos: “esses suecos são muito eficientes; reformaram um hospital para fazer hotel”.
O quarto é confortável, limpo; o chuveiro, uma afronta ecológica, do tipo “panelão”. O wifi funciona bem. Na parte residencial de Södermalm, a vista para lagos e muito verde é de encher os olhos. O que está errado então?
No dia seguinte, quando fui tomar o café da manhã – que estava incluso, como na maioria dos hotéis na Suécia – vi várias mesas com uns “carrinhos de bebê” estranhos… até me dar conta de que eram bercinhos de berçário. E a maior parte dos frequentadores do restaurante eram papais e mamães.
O hotel não era parte de um complexo onde há um hospital. É um andar do próprio hospital, onde familiares dos pacientes podem se hospedar enquanto os mesmos estão em tratamento.
Um dos meus amigos disse que não dormiria em paz nenhum dia, pois imagine a quantidade de gente que morreu.
Essa era a menor das minhas preocupações. Como paranoica hipocondríaca que já leu dezenas de livros sobre doenças causadas por microrganismos, eu estava com medo mesmo é de pegar uma MRSA – infecção pelo Staphylococcus Aureus resistente a antibióticos – ou outra doença do gênero.
Resolvi dar uma voltinha pelo bairro procurar por outro hotel. E o Årstaviken Hotell me reembolsou pelos dias cancelados sem nenhuma amolação.

 

Onde ficar, então?

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O corrimão de corda naval do Hotel Gamla Stan: “aqui é crossfit, mano”.

 

No mesmo Booking.com achei um quarto com banheiro privativo no Hotel Gamla Stan. Que eu descobri que no fundo, era um hostel.
O recepcionista me sugeriu entrar pela lateral do hotel, pois eu teria que subir apenas um andar até meu quarto. Fácil para quem estava com três malas – lembrem-se que a média estava dentro da grande – uma mochila e uma bolsa!
A escadaria é antiga, desnivelada; o corrimão é de corda naval. Eu até aproveitei para tirar uma foto e mandar para o pessoal do Crossfit, pois a corda é igual a que usamos no treino de rope climb.
O quarto é minúsculo, sem armário, mas com espaço suficiente para minhas malas. O chuveiro com pouca pressão sem nenhum shampoozinho e um rolinho de papel higiênico ordinário compõem o banheiro privativo; eu tive que comprar uma toalha de banho. O wifi funcionava mais ou menos.
Mas tem alguém que pensa que eu liguei? Pelo contrário!
O hotel é em Gamla Stan, centro de Estocolmo, perto da balsa, metrô e vários pontos turísticos.
O pessoal da recepção se vira para ajudar.
O café da manhã traz frutas, frios, iogurtes, pães e até Nutella. E o melhor: assistir as famílias europeias montando o roteiro do dia e a molecada que acabava de chegar da balada dormindo em pé, tomando café porque sabem lá quando vão comer de novo.

O SIM Card.
Entre o café-da-manhã e a mudança de hotel, meus créditos do SIM card da ThreeUK acabaram.
Em teoria, você só precisa entrar no site e fazer o top up; mas na prática, se quiser pagar com cartão de crédito, é obrigatório ser registrado em um endereço no Reino Unido. E não é meu caso.
Tentei fazer o top up direto no caixa de um 7-Eleven como na Boots do Reino Unido, mas não funcionou.
Na estação de metrô Södra, vi uma loja de celulares com um pôster da ThreeUK gritando. Quando perguntei se poderia fazer top up, eles me disseram que não vendiam SIM cards nem recarregavam. Eu teria que comprar um celular. Nem pensar.
Entrei num Espresso House e usei o wifi para achar um hotel de última hora.
No fim, quem me ajudou com o SIM Card foi o motorista do Uber que me levou até o novo hotel. Descobri que o cartão COMVIQ é o mais popular e você compra em qualquer loja de conveniência. Mas procure entender o que o pacote oferece, ou as surpresas não acabarão por aí.

E de resto?
De resto, Estocolmo é o máximo!

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ESTOCOLMO, cosmopolita e interiorana ao mesmo tempo.

Que a capital da Suécia é um dos destinos turísticos favoritos, a gente sabe. Mas há muito para aprender!

Alone Traveller Friendly?

Sim.
O idioma Sueco é como Norueguês e Dinamarquês, com grafia diferente. God morgon, hey e tack – bom dia, oi e obrigado já garantem um sorrisinho nos kafés.
Para se localizar, memorize que Gamla Stan é o centro. O resto vem fácil: Norrmalm (norte), Södermalm (sul), Östermalm (leste).

A minha impressão.
. A cidade.

Mais de 50 pontes

Você visita as ilhas do arquipélago sem perceber.

Estocolmo é um arquipélago com umas 50 pontes que interligam 15 ilhas. A maioria você cruza a pé e nem percebe.
Me lembra Londres, só que menor, mais limpa e mais bonita – de uma maneira diferente.
Entretanto, eu diria que as cidades suecas que visitei estão tentando se adaptar ao grande fluxo de refugiados. A Suécia foi um dos países que mais recebeu refugiados durante as últimas crises, mas apesar da boa vontade, acho que o país não estava “estruturado”. O que não quer dizer que não funcione, apenas que estão lidando com um número de pessoas maior que o esperado e uma forma diferente de conviver com nacionalidades tão distintas.
A cidade é cheia de ladeiras, ruas estreitas, mas também “promenades” lindos para caminhar.
. Os Suecos.
Não achei os suecos tão easy-going quanto os noruegueses. Sorriem menos que os vizinhos de península e são mais agitadinhos – mas estão longe de serem mal-educados.
Certinhos, porém liberais: essa é a Suécia. Entrei numa sex-shop achando que fosse loja de lingerie; vi casais comprando brinquedos eróticos como se estivessem numa loja de eletrodomésticos. E a loja parecia Victoria Secret´s. Amigos queridos, quaisquer comentários maldosos serão ignorados.
. Finanças.
A moeda é a Coroa Sueca (SEK). O custo de vida é mais baixo que na Noruega, mas nem tanto assim.
O que me chamou a atenção é que vários lugares exigem pagamento em cartão. Há museus e restaurantes com avisos de que não aceitam pagamento em dinheiro.
Para ser honesta, há lugares em São Paulo onde você come a preço de Suécia, meu choque nem foi tão grande…
. Clima.
Sabe quando você tem as quatro estações do ano em um dia? E aquele temporal de

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E no meio de um dia ensolarado, ca um temporal. Norrmalm.

encharcar a roupa? Estocolmo é assim.
Meninas: a umidade esculhamba os cabelos. Eu tive que sair correndo atrás de um secador de cabelos e comprei um fantástico, mas lá a voltagem é 220V e hoje só posso usá-lo na área de serviços de casa.
. Segurança.
Claro que a cidade é segura, ainda mais se você vive num país como o Brasil, mas lembre-se da regra “você ainda é turista”.
Quanto ao aeroporto, não há controle de passaportes porque entre os países nórdicos há um acordo no qual os nativos não precisam carregar passaporte nem ID, além do Tratado de Schengen – mas há alfândega.
Como diria um conhecido meu, “eu tenho um X nas costas”, ou seja: a Aduana Sueca me parou e mandou raio-x nas minhas malas.

 

Locomoção
. Eu usei o SL Access Card, que é o “bilhete único” de Estocolmo. O cartão custa SEK 20 e você carrega como quiser, mas passados 75 minutos do swipe, tem que passar de novo.
. Se você gosta de andar, nem vai perceber o dia passar. Dá para alugar bicicletas, mas eu não confio muito nas minhas habilidades.
. Do e para o Aeroporto de Arlanda, é melhor trem expresso ou ônibus. Eu preferi tomar o Arlanda Express, trem que vai direto para a Central Station e de lá, pegar o metrô.
Mas depende de onde fica o seu hotel, vale ônibus e balsa.
. Usei o Uber umas três vezes, que foi caro para corridas curtas, pois a tarifa mínima é cerca de EUR 4.

Onde ficar & O SIM Card.
Aventuras ficam para o post seguinte.

O básico.
Minha dica é “varrer” a cidade nos dois primeiros dias para escolher os lugares que gostaria de visitar com mais calma. Consulte o Visit Stockholm.
O passeio de barco é legal, mas eu sou muito mais as nem-sempre-free-walking tours e Estocolmo tem várias: a dos telhados, a dos fantasmas e a das artes nos metrôs – a maioria é paga.
. Tours.
Gamla Stan, a cidade velha, com ruelas de pedras escorregadias, lojas antigas, bares,

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Lojinhas antigas em Gamla Stan.

cafés. Na cidade velha estão o Palácio Real, a Catedral de Estocolmo, o Parlamento Sueco, galerias de arte, mas também as lojinhas “armadilhas para turistas”.
Walking tour da MILLENIUM TRILOGY: arranjei um mapa e fui andando de Gamla Stan a Södermalm. O bar onde os personagens da revista Millenium se reúne parece tour de ônibus fretado para o Hard Rock em Miami. Mas você pode morrer de inveja do prédio para onde a Lisbeth Salander se muda depois que “fica rica”. De quebra, descobri a rua dos designers, porque Södermalm é a Vila Madalena sueca, toda hipster.
A Ericsson Globe e o Gondolen dão lindas vistas da cidade, mas as filas dão preguiça…
. Museus e Gröna Lund.
ABBA Museum: sim, o grupo ABBA, aquele dos hits “Dancing Queen” e “Mamma Mia” éIMG_1274 um ícone sueco. Desafie seu companheiro de viagem a cantar junto com o holograma! SEN-SA-CIO-NAL.
Na mesma região do museu do ABBA, há o Gröna Lund Park, parque de diversões com tudo que pode atacar a sua labirintite. Vá de balsa e passe o dia por lá!
O Skansen Park, é museu a céu aberto e zoológico. As “obras” são casas que contam a história da Suécia, algumas literalmente transportadas do lugar original para o parque.
Não poderia faltar um barco e esse está no Vasa Museum. Eu fui num domingo de manhã, de chuva e a fila estava insuportável. Decidi dar uma voltinha, almocei num restaurante bem tradicional e voltei “ainda na hora do almoço”: vazio, fica a dica.

E falando em fica a dica, a FIKA e os comes e bebes.
O prato mais tradicional da cozinha sueca é o Kottbullar, almôndegas de carne de boi e porco, servidas com purê de batatas e um molho de lingonberries. Quase todos os restaurantes servem este prato.
Descobri que os Suecos têm muito orgulho de seus doces. Há tantas lojas espalhadas por Estocolmo que é impossível não pensar em diabetes, mas pesquisei e os suecos não têm um alto índice da doença. Vai entender…
E a fika? Os suecos amam café e a fika é o “momento” de saboreá-lo, geralmente acompanhado por algum “bolinho” doce. Nada mais é do que sentar e relaxar num dos muitos cafés espalhados pela cidade. Vou ser honesta: eu adoro café e cada vez que eu me cansava de andar eu parava em um kafé, mas para o meu paladar, os grãos são tostados demais. Eu gostei do Kafé Esaias e do Johan & Nyström.
E para os baladeiros: Estocolmo tem vida noturna! Principalmente em Södermalm e Slussen.
O Östermalm Salluhall é um equivalente dos nossos mercados municipais e eu recomendo porque tem muita variedade. Não é a opção mais barata, mas eu adoro comer e lá eu me esbaldei.

Compras.

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O lado hipster de Södermalm

Se a Noruega não me encorajou a gastar, a Suécia me deu ganas de trocar a decoração de casa. Mas era a segunda parada de uma viagem de mais de um mês, nem pensar em carregar mala cheia ou torrar dinheiro. Até porque em termos financeiros, a facada é dolorida.
Não há um limite mínimo para Tax Refund, mas os reembolsos são apenas via cartão de crédito.
Ainda assim, não resisti. A loja de camisetas Dedicated em Södermalm vale a visita.
A região de Norrmalm concentra lojas de departamento como a NK-Nordiska Kompaniet Stockholm e shoppings.

 

Para finalizar…
CUIDADO com as bicicletas e os patinetes. Sueco pode ser certinho, mas os ciclistas não são muito pacientes.
E a molecada de patinete – não é skate, é patinete mesmo – não tem um senso de direção muito apurado. Deve ser por isso que eles fizeram do Volvo o carro mais seguro do mundo…

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OSLO, a primeira parada.

A capital da Noruega tem cerca de 640 mil habitantes, numa área equivalente a 1/3 da cidade de São Paulo.
A moeda é a Coroa Norueguesa (NOK). O custo de vida é alto – ou as outras moedas não valem nada.

Alone Traveller Friendly?
Sim.

Como chegar.
Não há voos diretos do Brasil para os países nórdicos. Pela British Airways, são quase 12 horas de voo com 6h30 de espera em Londres Heathrow pelo voo de 2 horas até Oslo.  Com o fuso horário, é praticamente um dia “perdido”. Eu busco voos pelo Skyscanner.
O único “problema” no Aeroporto de Gardenmoen foi a esteira de bagagem, que “emperrou” e não cuspia as malas, mas consertaram rapidinho.
Como eu estava muito cansada depois de tantas horas em trânsito e apesar da recomendação do apoio ao turista para usar o trem do aeroporto ao hotel, perguntei quanto custaria um taxi. Cerca de NOK 1.700-1.800, entre BRL 700-800. O expresso Flytoget custa NOK 180.

Onde ficar.
Através dos deals do booking.com, me hospedei no Park Inn Radisson Oslo do centro da cidade – aproximadamente 10 minutos a pé da Oslo Sentralstation. Se você tiver apenas 1.56m e estiver carregando três malas, uma mochila e sua bolsa, uns 15 minutos.
Como qualquer região central, a noite “não tem vida”, mas você estará no máximo, a 20 minutos de qualquer ponto turístico.
Sozinho ou com a família, acredito que seja a região com maior número de hotéis e mercados ou lojinhas de conveniência.

Ah, a tecnologia.
SIM Card: no apoio ao turista me informaram que nenhuma loja do aeroporto vendia. Acabou que o meu cartão da Three UK – que é antigo e eu tinha recarregado no aeroporto de Heathrow em horas antes – funcionou todos os dias. Mas como já mencionei, para tudo existe 7-Eleven, e em Oslo, há vários deles.
Wifi: se bem me lembro, o wifi do aeroporto é pago, ou pelo menos quando cheguei, direcionou para um site pago. No resto dos lugares, o wifi é grátis e sem senha, uma ou outra tem senha.

O que fazer em pouco tempo e como.
Explorar a cidade, comer muito salmão e camarão, visitar museus, praças… os cervejeiros vão adorar, assim como os fãs de museus e quem gosta de esportes outdoor.
Eu fiquei menos de 72 horas em Oslo; a não ser que você queira entrar em todos os museus e – acho que são mais de 30 apenas em Oslo –  é tempo suficiente.
Fiz city-tour do ônibus Hop On/Hop Off– pagamento com cartão de crédito dá desconto!
Eu prefiro caminhar e usei apenas balsa e trem, mas há outras opções.
Há muitos parques, mas o tempo meu conceito de verão na Noruega mudou muito – que tal uma malha de lã, botas e jaqueta, além dos cobertores nos restaurantes?

Os pontos turísticos que EU visitei.
O meu gosto não necessariamente é o seu, e de museu a tobogã com vista panorâmica, há uma infinidade de coisas para visitar. Veja mais em Visit Norway: página oficial de turismo na Noruega.

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Prefeitura de Oslo.

. Aker Brygge: é a área onde se situa a marina, com condomínios residenciais, centro comercial, restaurantes. Aparentemente, quem mora lá são os endinheirados e a maioria possui seu próprio “barquinho”. É também o local onde está o Nobel Peace Prize Center e o Astrup Fearnley Museum – este último impressiona pela arquitetura moderna, lindo demais.
. Akershus Festning: de uma volta na fortaleza – tem um tour guiado – tome um café e relaxe observando o fjord, skyline de Oslo e Aker Brygge.
. Oslo Opera House: a construção moderna tem mármore de Carrara na fachada. Mas com todo respeito, impossível não imaginar a rampa de skate mais legal do mundo – que eu acho que é proibido, lógico.
. Sentrum: a região central concentra vários pontos turísticos como o Palácio Real, Parlamento Nacional, Teatro Nacional, Prefeitura de Oslo, a fortaleza, universidades, Stortovet e a feira de flores, entre outros.
. Bygdøy: é um bairro residencial onde estão situados vários museus e a casa de verão da família real; você chega lá de balsa. Caminhe de um museu ao outro, aproveite para ver aquelas casas sem muros altos, com janelas enormes, ruas com fios enterrados…

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Fachada do FRAM Museum.

O FRAM Museum é uma aula de geopolítica. Conta a história dos navegadores e exploradores noruegueses, o estrago do aquecimento global nos polos, entre outros temas.
Já o Viking Ship Museum, onde estão expostas três embarcações originais recuperadas, dá para fazer em 40 minutos no máximo.
*
Não sei se foram minhas escolhas, mas todos os museus que visitei cobram entrada.
. Karl Johans Gate: é a Oxford Street norueguesa. Há lojas, cafés, restaurantes em um calçadão florido.
. Fjords: Oslo já fica num fjord; eu peguei o passeio curto e essa não é a parte mais bonita, mas você aprende bastante sobre o modo de vida norueguês. O barco sai da mesma marina que a balsa para Bygdøy.

Outras dicas.
. A cidade é segura, mas você ainda é turista. Não vá colocar o iPhone 7 Plus no bolso traseiro do jeans e depois reclamar que foi roubado.
. Visite a cidade em dias úteis. Não sei se é apenas no verão, mas Oslo fica “vazia” no final de semana e muita coisa não abre.
. Nórdicos têm inglês fluente, e fazem o “switch” para o inglês ao primeiro hello que você falar. Mas não custa nada aprender god morgen, hey e takk – bom dia, oi e obrigado. Aprendi por favor, mas não sei escrever “com a pronúncia”.
. Para voos locais e internacionais, eu usei a Norwegian Airlines.

O que comer.
Há restaurantes de culinária internacional, mas perdem a graça se salmão e camarão são frescos e deliciosos e as opções mais baratas do cardápio!

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Sanduíche de salmão. Os “sanduíches” são abertos, mesmo.

Um pratinho desses sai em torno de NOK 230,00 aproximadamente EUR 26,00. Um café no Expresso House – uma espécie de Starbucks nórdico – custa cerca de EUR 3,40 – e não é grande.
Atenção: praticamente tudo tem maionese.
E achei os chocolates doces demais, até para uma formiga como eu.

Compras.
A Noruega não me encorajou a gastar. As roupas por exemplo, custam em média 15% a mais que em outros países – e estou falando dessas grandes cadeias de lojas “baratas”.
Uma comprinha de supermercado leite em caixinha, frutas, sorvete e soft-baked cookies sim, pode custar uns BRL 80,00. E os cookies não são os produtos mais caros da sacola.
Porém, a Pentagon é o paraíso viking dos geeks – única loja que me tentou a gastar. Só não comprei um monte de tranqueira porque ainda iria viajar muito.

Porque eu quero voltar.
. Eu esperava uma recepção fria, mas os noruegueses se mostraram solícitos e simpáticos. Ou sei lá, eu peguei eles num dia bom.
. Ninguém te vê como uma alien porque está só.
. Me arrependi por não visitar o norte e o oeste do país, onde a natureza é de encher os olhos. Esse será um dos meus próximos destinos.
. Ir ao tobogã Homenkollen.
. Consciência de CIDADANIA. Raramente você vê alguém atravessar fora da faixa de pedestre ou jogar lixo no chão.
. Eu queria muito ter visitado o Kon-Tiki Museum, mas me empolguei no FRAM e quando saí já estava fechado. Fica para a próxima, junto com o Technology & Science Museum.
.
Quero fazer umas comprinhas na Pentagon.
. Vikings modernos.

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PARA NÃO SOAR REPETITIVA

Enquanto escrevia outros posts, percebi que algumas situações eram muito semelhantes, independentemente do país. Decidi então, fazer uma “listinha” sobre essas similaridades.

Claro que nada disso é regra, mas também não é exceção.  Eu sou “mala”, e faço tudo certinho. Você pode até discordar e achar muito chato, mas eu bem me lembro da celeuma que o Jamie Oliver causou quando chamou brigadeiro de “crap”.
Antes de falar mal de tanta maionese, pense na tradição e na cultura do país e respeite isso.

. Tudo Fecha Cedo. 

Oslo, Noruega
Cobertores nas cadeiras dos restaurantes: reveja seu conceito sobre o verão nórdico.

Mesmo que você não esteja com fome, pare em algum lugar para jantar ANTES das 19h30. Europa acorda e dorme cedo e a maioria dos restaurantes não vai atender se estiver a 15 minutos do horário de fechar.
Claro que há lugares que ficam abertos “até tarde”, mas esse “tarde” pode ser as 23h, e se você chegar as 22h30, vai ter que pedir take away.
Tenha sempre alguma coisa para comer no hotel. Passe no supermercado e compre frutas, caixinhas de suco – de preferência, tudo que NÃO precise de geladeira.
Acredite em mim: no verão, escurece muito tarde. A gente esquece de comer, as opções do roomservice além de caras são restritas. E o risco de não achar um 7-Eleven aberto é grande.

. Guarda-chuva.
Eu também detesto andar de guarda-chuva, mas deixe um guarda-chuva dentro da mala para nunca esquecer. Do contrário, você vai resistir o máximo que puder como eu fiz nesta viagem. E naquele momento em que você percebe que não há como escapar, vai pagar uma fortuna pelo primeiro guarda-chuva que vir na frente e torcer para chover todos os dias para compensar o prejuízo.

. Sentar-se à mesa de um restaurante sem perguntar antes? Jamais.
Pode até parecer besteira, ainda mais quando você está morrendo de fome, o restaurante está vazio e os garçons correndo de um lado para outro sem dar atenção. Pelo menos, PERGUNTE se pode sentar antes. Do contrário, você corre o risco de ficar chamando garçon que só está ali para levar o prato ou limpar a mesa – e você já deveria ter feito e pago seu pedido há tempos.
Isso é uma das coisas que mais irritam os europeus, não importa se você está numa capital ou cidade do interior. Imagine então os nórdicos, que gostam de fazer tudo direitinho. Em praticamente TODOS os restaurantes nos quais eu pisei há uma placa de “PLEASE, WAIT TO BE SEATED” em inglês, além do idioma local.

. Moedas.
Os países nórdicos fazem parte da União Europeia, mas nem todos utilizam o Euro.
NOK para Coroa Norueguesa, SEK para Coroa Sueca e DKK para Coroa Dinamarquesa.
Finlândia e Estônia trabalham com EUR mesmo.
Nos “países das coroas”, não converta, senão você perde a fome.
Eu uso um aplicativo bem básico para converter moedas, o Smart Coin, disponível para iOS e Android.

. Mapa de Papel.
Sim, PAPEL. Sua consciência pode até doer porque você está destruindo a natureza – mais ainda em países preocupados com o meio ambiente, o que o faz sentir-se duplamente culpado. Mas seu SIM card pode não funcionar muito bem e se você depende do Google Maps ou Citymapper para tudo, vai ficar a ver não somente navios, mas trens, ônibus, etc.

. SIM Card

SIMCards

COMVIQ sueco, Lycamobile an DInamarca e Ohjopal comprado na Finlândia, na minha opinião, o melhor custo-benefício.

Hoje ninguém vive sem Smartphone. Como postar aquela foto “mara” se não tem conexão? Você até pode usar os “pacotes” oferecidos pelas operadoras brasileiras ou depender exclusivamente de wi-fi. Mas na hora do desespero, quando a rua não aparece no mapa de papel, você sente falta.
. Noruega: fico devendo. Eu tinha acabado de carregar o meu SIM da Three UK com uma merreca de GBP 20 e ele funcionou lindamente todos os dias em que fiquei em Oslo. Porém…
. Suécia: bastou pisar em Estocolmo para acabarem os créditos da Three UK. Que NÃO é tão simples para fazer o top up online se você não possui um cartão de crédito COM endereço no Reino Unido, o que era meu caso.
Como eu tinha visto uma loja de celulares na estação de trem, fui até lá e sabe o que me responderam? “Aqui só vendemos o contrato”, que significa comprar um aparelho e linha. Nem era tão caro, mas falou que eu iria deixar meu iPhone 7 de lado para usar um qualquer.
Para isso, existe o 7-ELEVEN, aparentemente, uma paixão escandinava.
Eu comprei um COMVIQ, mas tem Lycamobile também.
O negócio é que operadora de celular é igual em qualquer lugar do mundo, então, fiquem atentos ao que o pacote oferece.
. Finlândia: cheguei lá com o SIM card da COMVIQ sueca para descobrir que eu comprei o local, e não o Europa. Pensei: para tudo existe um 7-Eleven.
Qual não foi minha surpresa quando perguntei para o taxista onde ficava o 7-Eleven e ele me respondeu que não havia nenhum por ali? No dia seguinte, joguei no Foursquare um convenience store e descobri uma tal de R-Kioski, que é a versão finlandesa do 7-Eleven. Lá eu comprei um cartão só para internet da Ohjopal, um finlandês extremamente eficiente que funciona em todos os países nórdicos e bálticos mais alguns da Europa ocidental. O que é bem simples, porque aceita qualquer cartão de crédito. Para cinco dias, ele custa EUR 9.90. Depois você carrega o quanto quer, paga o serviço que quiser e pronto.
. Estônia: eu já mencionei o Ohjopal?
. Dinamarca: sabe aquelas medidas de segurança de cartão de crédito? Vou contar em um post futuro. Sem crédito no Ohjopal – porque na Dinamarca não é possível fazer top up via voucher em loja – comprei um Lycamobile que me daria “free” internet por um período de DEZ horas. Entenderam? DEZ horas apenas. Não serve para muita coisa, a não ser que você use muito o telefone.

. Wifi grátis.
Se a conexão não for escancarada, é só pedir a senha. Tem um ou outro lugar mais chatinho – principalmente na Finlândia e na Dinamarca – mas a maioria já avisa que o login é tal e não precisa de senha antes mesmo de você abrir a boca.

. “Trains, Planes & Automobiles”*.
Encarne o europeu em férias que existe em você e desfile com cara de paisagem com sua(s) mala(s) de rodinhas, fazendo aquele barulho infernal pelas ruas de pedra que estão em seu caminho.
Na Noruega, um taxi do aeroporto até o centro de Oslo pode custar NOK 1.800. Sabe quanto dá isso? De BRL 700 a 800! E o ticket do trem expresso? NOK 180 e eu estava a apenas 15 minutos a pé do meu hotel.
. Oslo-Estocolmo: tomei um voo da Norwegian Airlines. A empresa é uma low cost sem ser tão pé-de-boi quanto easyJet e Ryanair – que aliás, NÃO voam para esses países. Tirando a emoção das manobras “viking-guescas” dos pilotos, achei muito melhor que qualquer voo da ponte aérea Rio-São Paulo. O site é fácil de usar, mas lembre-se que a bagagem DESPACHADA é 20 kg e a de bordo, 8kg e acho que tem que pagar, sim.
. Estocolmo-Helsinki: também voei Norwegian.
. Helsinki-Tallinn: peguei o ferry da Viking Line, mas há mais duas linhas e você pode comparar preços e horários e comprar tickets pelo Direct Ferries. São apenas duas horas, você pode carregar o que quiser de bagagem. O preço varia de acordo com o horário e a classe. Fora de horário de pico em classe standard custa EUR 23.
. Tallinn-Copenhagen: voei SAS/Skandinavian Airlines e a bagagem DESPACHADA era de 23kg. Aguarde historinha sobre aeroporto e voo.
. Copenhagen Kastrup-Malmö: os trens saem do aeroporto e da estação central de Malmö. Na estação de Malmö, se seu hotel ficar próximo a praia, use o ônibus ou taxi – se estiver cheio de bagagem – Mas COMPRE o ticket ou Jojo antes, porque nenhum ônibus em Malmö aceita dinheiro.
Malmö-Copenhagen-Malmö: eu me hospedei em Malmö no sul da Suécia porque é mais barato que em Copenhagen e fiz commute via trem ou ônibus – de 40 mins a uma hora – que cruzam o estreito de Örensund/Ørensund. Ônibus fora de horário de pico é bem mais barato, eu usei o aplicativo Flixbus. 
Se você assistiu a série Sueco-dinamarquesa ou Dano-sueca – aí depende de qual país você mais gosta “The Bridge” –“Brön/Broen” passa no MAIS Globosat – vai se sentir como a Saga Nören ou o Martin Rohde, de tanto cruzar a ponte.
. Copenhagen-Londres: encarei uma British Airways com bagagem despachada de 23 kg.

. “Bilhete Único”.

Access em Estocolmo e Jojo em Malmö, na Suécia e o Oyster londrino.

A maioria desses países oferece cartões para turistas que incorporam transporte, desconto em museus e outros lugares, mas as vezes não vale a pena. Dependendo do número de dias que você vai ficar no país, compensa usar o transporte público normal.
Em Helsinki e Tallinn, eu me virei muito bem a pé e com um ticket para 48h da “Máfia do Ônibus Vermelho” – que é o apelido que eu dei para os ônibus Hop On Hop Off de uma mesma empresa que parece dominar os city-tours europeus.
Em Estocolmo, onde eu fiquei mais tempo, eu comprei um Access Stockholm, que você carrega e pode usar como quiser num prazo de 75 minutos, em Malmö, comprei um Jojo que funciona como o Oyster londrino.
Atenção: UBER É PROIBIDO na Dinamarca. Só é liberado no Aeroporto de Kastrup, mas nem adianta chamar porque nunca chega.

. Free Walking Tours!
Todos os países oferecem city-tours que saem direto do i – Tourist Information Centre ou Center, depende do país.

. Gorjetas
Noruega e Finlândia “não têm o costume” de receber gorjeta. Suécia e Estônia na maioria, trazem um campo tip na conta. Na Dinamarca eu sinceramente não lembro, mas é porque eu sempre deixei gorjeta em todos os países.

. Meninas.
Meninas, eu sei que que salto alto é vida, mas na maioria destas cidades, você simplesmente vai pisar em ruas de pedra. Tênis, sapatilhas e botas estilo coturno. Se você for uma pessoa habilidosa, que não dá bica em qualquer lugar, até rola um chinelinho Doc Martens.
No meu caso, sapatilha já é um risco de vida.

. Sites convenientes – a maioria deles têm aplicativos para smartphone também.
www.goeuro.com – site ”multifuncional”
www.rome2rio.com – site ”multifuncional”
Em tempo: não sou grande fã do Jamie Oliver e claro que eu adoro brigadeiro, mas ele não está errado em dizer que leite condensado, chocolate em pó, mais chocolate não é tranqueira.
* Para quem não sabe, esse é o título original do filme “Antes Só do que Mal Acompanhado”, clássico dos anos 80 com Steve Martin e John Candy.

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ENTRE VIKINGS

Bandeiras da Finlândia, Dinamarca, Islândia, Noruega e Suécia em edifício em Helsinki. instagram @cavarero.

ENTRE VIKINGS – Mochilando depois dos 40.

Sempre sonhei em conhecer os países nórdicos.
Não sei se é porque eu assistia ao desenho animado do Thor.
Se é porque todos os anos anunciavam a Feira Escandinava, mas sempre gostei de viking.
Ou se é porque eu assisti a todos  – e tenho quase todos em DVD ou Blu-Ray – filmes de Ingmar Bergman.
Acho que pode ser pelo raciocínio prático deles – já que como boa libriana, sou enrolaaadaaa…
Junte-se a isso, o fato de que nesses países tudo funciona, a população entende o que é ser cidadão e não tenta dar jeitinho em tudo para se dar bem. E isso é algo que eu admiro.

Para finalizar, a literatura nórdica só tem expert em histórias sombrias – Henning Mankell é um dos meus autores favoritos. Muito suspense – em geral assassinatos difíceis de desvendar – em livros, filmes e séries de TV que deixam o público de cabelos em pé. E eu já li ou assisti a quase todos.
Como agora estou com tempo, resolvi que nunca é tarde para começar minha “peregrinação” por todos os países que quero conhecer. Começando pelos nórdicos.

Os países escandinavos são nórdicos, mas nem todos os países nórdicos são escandinavos.
Há uma confusão clássica entre países nórdicos e escandinavos.Os países nórdicos são todos os países que se situam na parte Setentrional da Europa, no Atlântico Norte: Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia, mais as regiões autônomas da Groenlândia, Ilhas Farö e arquipélago de Arland e Svalbard. Este ano, Estônia, Letônia e Lituânia foram reclassificadas como Europa Setentrional.
Mas somente três deles são escandinavos: Dinamarca, Noruega e Suécia, pois fazem parte da Península Escandinava – para quem não se lembra de Geografia básica, península é uma extensão de terra que é quase cercada de água por todos os lados, basicamente um “puxadinho” continental.

Antes tarde do que nunca.
Resolvi que deste ano não passaria, fiz as malas e me mandei para estes países. Surpresas que não acabam mais, aquele choque cultural clássico que todos sentimos quando conhecemos um país diferente, mas que me deixou com vontade de voltar, mesmo sob um frio de -35 Celsius.

Quero compartilhar as aventuras, descobertas, perrengues – e comida, claro – pelas quais passei ou vou passar, país por país, e espero que consiga convencer outras pessoas “da mesma idade” a criar coragem e – sem depender tanto de agências de turismo – a conhecer o mundo.

Isso é só o começo!

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Best Hostels 2019

www.theguardian.com/travel/2019/jan/23/2019-hoscars-winners-worlds-best-hostels-solo-independent-travel

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LIFE IS SHORT… JUST “TWIST & SHOUT”

“Life moves pretty fast. If you don’t stop and look around once in a while, you could miss it.”- Ferris Bueller (John Hughes, in fact).
Ferris

Eu deveria escrever sobre a nova temporada de “The X-Files”, mas parei no meio depois que li isso, no site da CNN: “CHICAGO WILL THROW A THREE-DAYS FESTIVAL TO HONOR FERRIS BUELLER’S DAY OFF”. *** SPOILERS ALERT ***
Vocês já imaginaram uma cidade comemorar o aniversário de 30 ANOS de um filme?

Joguei em um chat do WhatsApp, onde pessoas de gerações diferentes trocam idéias sobre CrossFit, a seguinte pergunta: Quem é “Bueller? Ferris Bueller?””
Os poucos que responderam nunca ouviram falar – com exceção da geração “velha” da parada.
Parei tudo e resolvi entrar no túnel do tempo.
“Ferris Bueller’s Day Off”, (USA, 1986), aqui no Brasil traduzido para “Curtindo a Vida Adoidado”, já entrou na categoria “clássico” do cinema. Não apenas porque completa 30 anos, mas porque, como bem disse um amigo, “formou as gerações dos anos 70-80. Ele ERA O CARA!”.
O plot é bem simples: Ferris Bueller é um garoto “normal”, de uma família “normal”, que cursa High School em uma escola “normal” de Chicago. Ele mora com os pais e a irmã que o odeia. Ferris tem uma namorada e um melhor amigo, este último quase na categoria “looser”, não fosse pelo fato de ser milionário.
Um dia ele acorda e resolve cabular aula – até porque ele teria uma prova de história, que ele não acha “tão importante”.
É só isso?
Sim, é só isso. E exatamente por isso, é MUITO, MUITO mais.
Escrito e dirigido por John Hughes (1950-2009), um gênio que conseguiu como ninguém retratar o universo adolescente, “Ferris Bueller” é a tradução desse universo, cercado de “bullying”, pais desatentos até a “criação de um mito”.

Já avisei que há spoilers; mas se você não for procurar em YouTube, Wikipedia, Netflix e afins, continue lendo.
Além das situações cômicas tradicionais, John Hughes consegue encaixar momentos sensíveis e que “cutucam” a sociedade de uma maneira praticamente, “subliminar”.

FBDO Official Trailer

Enfim, Ferris Bueller, (Matthew Broderick) acorda um belo dia e resolve que a vida é curta e que ele não está a fim de desperdiçar tal dia na escola – vou me referir ao personagem como no filme, pelo sobrenome “Bueller”.
Ele então arma um plano para enganar os pais e passear tranquilamente por Chicago, “curtindo a vida adoidado”, junto com a namorada Sloane (Mia Sara) e seu melhor amigo Cameron (Alan Ruck).
Bueller decide “ficar doente”, desculpa que TODOS, absolutamente TODOS nós já demos aos pais para não termos que ir à escola.
Ele cria uma engenhoca para tapear os pais – mas não consegue tapear a irmã Jeannie (Jennifer Grey) que, em busca de “justiça”, cabula aula somente porque quer dar um flagra no irmão. Ou seja: ela é a irmã certinha, que tem ciúmes da atenção dada ao irmão “sacana” pelos pais, e por esta razão, comete as mesmas falhas do irmão. Alguém já se sentiu assim e fez algo assim? Claro que sim.

Durante esse dia, os adolescentes fazem passeios turísticos que um nativo de Chicago nunca faria, porque, bem, é “nativo”; se enfiam e saem de encrencas; exorcizam os demônios – ver a sensível cena de Cameron e a Ferrari.
Garanto que existe muito adolescente como o Cameron até hoje.

No meio desta bagunça, Bueller atinge status de “mito” na escola: não porque ele conseguiu cabular aula, mas porque a “notícia” sobre “sua doença” toma proporções estratosféricas e os alunos criam uma campanha sob o título de “Save Ferris”. Se nos anos 80 – quando não existiam redes sociais – isso funcionava, imaginem agora!

Com o perdão do trocadilho medíocre, Ferris “ferra” com o diretor da escola; a irmã “se ferra” sozinha, indo parar na polícia – com direito a uma ponta de um jovem e gatíssimo Charlie Sheen. O melhor amigo Cameron “quase se ferra” por culpa de Bueller, mas a verdade é que depois disso, Cameron decide “se ferrar sozinho”, pois está cansado de “ser ferrado”.

O ápice do filme popularizou a música “Twist & Shout” dos Beatles em uma geração cercada de heavy metal, britpop, new wave… papo para outro post.

Anninha: sério que isso é engraçado? Marcante? Um clássico? Pelo que eu li até aqui, me parece uma bosta.
É gente. Porque só quem assistiu ou ASSISTE o filme vai entender.

Por alguma razão, Ferris Bueller levanta o astral. Você ri, se emociona, quer ser como ele.
Claro: além do roteiro e mão firme de John Hughes, Matthew Broderick leva o mérito pela composição do personagem. Com aquele jeito franzino, uma piscadela ou “sorriso de canto”, Matthew cativou os adolescentes – e ele já tinha 23 anos na época.

“Ferris Bueller’s Day Off” é um marco tão importante para a cultura pop que além deste festival, em 2012, a Honda colocou no ar o comercial do CR-V, NO INTERVALO DO”SUPERBOWL”, um dos espaços mais caros – se não o mais caro – da TV americana. Clique neste link para assistir:
HONDA CRV COMMERCIAL 2012

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